Pela defesa da pátria

 

Um tiro seco no escuro

quebra o silêncio da noite.

E segue-se um grito agudo.

Sangue p'lo chão até ao muro

e o grito torna-se mudo.

Avista-se uma face que sofre

com um ar sisudo.

 

Depois do que se passou

seguiu-se o silêncio e a dor

e a pobre mulher chorou.

Morrera o seu grande amor.

A vida perdeu o significado,

pois aquele a quem sempre amou

jaz num caixão deitado.

 

Ela nada podia fazer.

O destino estava traçado.

Ele teve que lutar.

Obrigado a defender

os interesses do Estado.

Acabou por perecer.

Foi pena, pobre coitado.

 

Luís